“Hair” ou “Cats”? “Gypsy” ou “Mamma Mia”? Não, você não está em Nova York ou Londres olhando as opções de espetáculos da Broadway e da West End em um folheto turístico. Todos esses musicais estarão em cartaz em São Paulo e no Rio de Janeiro até o fim do ano, mostrando que o género veio para ficar no país.Os hippies da Era de Aquarius e os gatos da Broadway desembarcam em Outubro no Rio. “Gypsy” já está nos palcos paulistas desde Julho e as músicas do ABBA chegam em Novembro com “Mamma Mia”.Desde que “Rent” estreou em 1999 ainda com um ar experimental dando o pontapé inicial para a volta dos musicais aos teatros brasileiros, dezenas de outras peças foram montadas com ares de super produção: “Les Misérables”, “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera”, “A Noviça Rebelde”, “Chicago”, “Os Produtores”, “Hairspray” e outros.A indústria milionária dos musicais não dá sinais de desaquecimento e tem grandes planos para os próximos anos. A dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, sócios da Aventura Entretenimento, que já trouxe mais de 10 espetáculos para o país, está com os direitos autorais de “Nine”, “Kiss Me Kate”, “The Fantastics!”, “O Violonista no Telhado” e “Annie”.
Cláudio Botelho e Charles Möeller
Bert Fink, vice-presidente de comunicação da Rodgers & Hammerstein, empresa que detém os direitos autorais de musicais como “Noviça Rebelde” e “O Rei e Eu”, confirma que na última década o número de musicais produzidos na América Latina aumentou, especialmente no Brasil, Argentina e México.
Para ele, os musicais estão voltando à moda no mundo todo.“Nossos musicais estão sendo montados no Brasil e em outros países que não tinham uma grande estrutura musical no passado, como Índia e Rússia. Nós achamos isso muito animador. Além disso, os musicais estão voltando em Hollywood, Bollywood e outras capitais mundiais do cinema, o que está ajudando o conceito de musical no mundo todo. Desde ‘High School Musical’ ao atual programa americano ‘Glee’ os musicais estão populares e estão ganhando mais popularidade a cada dia ao redor do mundo”, conta.
Fink acrescenta que o contato com produtores brasileiros continua e já houve procura por peças como “Altar Boyz”, “Footloose” e “Smokey Joe’s Café”.
Por enquanto, Möeller e Botelho estão com todas as energias dedicadas a “Hair”. Os 30 atores escolhidos entre os 5.000 candidatos que se inscreveram nas audições estão passando por oito horas diárias de ensaios coreográficos, treinos de canto, aulas de interpretação e workshops variados como aulas de yoga.
O aumento de jovens atores em busca da fama nos musicais é mais um sinal de que o mercado dos espetáculos está rendendo frutos. Em São Paulo já existe um curso específico para formar profissionais do ramo. A Companhia Paulista de Teatro Musical se propõe a preparar atores nas três áreas exigidas pelos musicais – canto, dança e interpretação -, assim como nos bastidores e produção.
Na capital Paulista, a principal empresa responsável pelo boom é a Times for Fun (T4F). A diferença entre ela e a produtora de Botelho, Möeller e mais cinco sócios é a forma como as peças são montadas. Os musicais da T4F são franquias, cópias dos originais, enquanto que a Aventura faz adaptações no roteiro e traduz as canções para o português.
Aproveitando a crescente popularidade do género teatral, os musicais nacionais também vêm ganhando mais espaço.
Em 2006, Möeller e Botelho resgataram a “Ópera do Malandro” de Chico Buarque e, no ano seguinte, montaram o grande sucesso “Sassaricando”.
Elenco de "Sassaricando"
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